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Sună absurd ca o PATRIE să nu aibă patrioţi, însă în situaţia de azi ,ar fi bine să identificăm ...cauzele...pentru a fi PATRIOTI.
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sobre nos

Associação da Comunidade
de Imigrantes Romenos
e Moldavos do Alentejo
DEFENDER DIREITOS,AJUDAR
A INTEGRAR E COMBATER O ISOLAMENTO
Danut Bojoaga

e Codin Dumitru Onofrei são, respectivamente, presidente e vice-presidente
da Associação da Comunidade de Imigrantes Romenos e Moldavos do Alentejo
(ACIRMA). A passagem das fronteiras permitiu o encontro destes dois romenos, separados
na sua terra por mais de 4500 quilómetros, e esbateu as diferenças regionais.
Ambos residem em Moura desde 2003, altura em que vieram trabalhar na apanha da azeitona
e aqui querem continuar a viver porque gostam da cidade. Mas, têm consciência que
esse objectivo não é fácil, porque “a agricultura não dá oportunidade de trabalho certo” e
só a restauração ou a construção é que têm trabalho permanente e, mesmo assim,muitos
homens têm de ir, durante a semana, trabalhar para fora do concelho.
E se, nas grandes obras do Estado, as empresas hoje já são obrigadas a cumprir os mínimos
contratuais, o mesmo não se passa com algumas empresas de trabalho temporário
e com alguns subempreiteiros. A regra geral é os imigrantes trabalharem 11 horas diárias,
a maior parte das vezes sem pagamento do suplemento de horas extraordinárias, sem direito
a férias e sem subsídios de férias ou de Natal.
Eles, que pensavam, tal como muitos seus compatriotas, que “no capitalismo só havia
coisas boas” e que este “dava alguma satisfação”, aprenderam à sua custa que isso é verdadeiro
“só para alguns”. Foi a consciência de que eram explorados e que os seus direitos
não eram respeitados que levou alguns elementos da comunidade romena e moldava -
maioritária em Moura - a criar a ACIRMA com a qual pudessem combater o isolamento,
unir a comunidade e contribuir para a defesa dos os seus direitos.
Associação da Comunidade
de Imigrantes Romenos
e Moldavos do Alentejo
DEFENDER DIREITOS,AJUDAR
A INTEGRAR E COMBATER O ISOLAMENTO
Danut Bojoaga veio de Lugoj, cidade situada na fronteira com a Jugoslávia.Trabalhou nos
Ministério da Justiça e do Interior e, segundo diz, não foi tanto a falta de condições na sua
terra que o trouxe a Portugal, mas sim “o espirito de aventura”. O mesmo sucedeu com
Codin Onofrei, natural de Suceava, na zona da Moldávia romena, na fronteira com a
Ucrânia, onde era carpinteiro. Só que o dinheiro não chegava “ e depois da Revolução deixou
de existir segurança”.
Danut fala do sentimento de liberdade quando saiu do seu país e do deslumbramento
que sentiu quando chegou a Moura e viu as laranjeiras nas ruas carregadas de laranjas e
as oliveiras. A propósito conta que, agora “adora azeitonas” mas, quando chegou, quis
provar uma azeitona directamente da árvore e sentiu “uma grande decepção” porque não
esperava encontrar um sabor tão amargo.
Mas outras amarguras os esperavam. Sem falarem português, os seus primeiros trabalhos
foram na apanha da azeitona.Ao fim de três meses, regressaram à Roménia, mas, passado
algum tempo, voltaram. Danut ficou dois meses parado, porque uma pessoa que lhe
tinha prometido trabalho, “depois, não apareceu”. Durante esse tempo aguentou-se,
porque um compatriota lhe deu alojamento grátis até arranjar trabalho numa exploração
agrícola, onde conseguiu o contrato de trabalho.
Voltou à Romémia, passou pela “burocracia da embaixada de Portugal na Roménia”, pagou
1500 euros pela obtenção do visto de trabalho e, três meses depois, estava de regresso
a Portugal. Trabalhou na indústria eléctrica e, posteriormente, na Barragem do Pedrógão.
Quando esta obra acabou, esteve no desemprego até que surgiram as obras da Central
Solar de Brinches, onde passou por uma má experiência com duas empresas de trabalho
temporário:“Uma pagou menos do que prometera e a outra não pagou”, frisa. Por
isso, foi trabalhar na Travessia Rodoviária do Tejo, onde se encontra desde Outubro.
Codin Onofrei começou a trabalhar como carpinteiro, em Abril de 2005, numa carpintaria
de Moura, onde esteve quase dois anos.Afirma que aprendeu “muitas coisas novas”, mas
também sentiu o desconforto da discriminação: “Eu pagava pelo que alguns romenos
faziam de mal cá fora, e também sentia alguma discriminação na forma como era tratado
quando falhava em qualquer coisa.” Conta também que, durante esses dois anos, não
teve férias, não recebeu subsídio de almoço nem subsídios de férias ou de Natal e as 9
ou 10 horas de trabalho diário eram todas pagas sem qualquer suplemento.
O que o “segurou” foi o facto de gostar do trabalho e de ter promessas de contrato, que
foram sendo sistematicamente adiadas, com os mais variados pretextos. Num controlo
de rotina do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras acabou por ser encontrado sem visto e
sem contrato. Codin ficou sem trabalho e, como já é cidadão europeu, não foi expulso, e
o patrão teve de pagar-lhe alguns dos direitos que durante anos lhe negou.
Agora, Codin vai fazendo o que pode, consoante as informações díspares que lhe são fornecidas
pelo diversos serviços do Estado português que trabalham na área da imigração.
Apesar disso, já não se sente isolado ou desprotegido, até porque a própria associação
tem ajudado a estabelecer pontes com outras comunidades e instituições.
“A comunidade romena está aqui desde 2000, quando começou o trabalho da barragem
e cada um não sabia o que precisava de fazer para ficar legalizado, nem conhecia os seus
direitos de trabalho, de segurança social e outros relativos à imigração. Por isso, a associação
teve e tem como objectivo essencial apoiar os cidadãos romenos em geral e, em especial,
os que têm dificuldades. Ainda recentemente apoiámos um cidadão romeno,
doente e sem capacidade de trabalho, não só com dinheiro, como através dos contactos
que desenvolvemos com as diversas instituições portugueses, para ele regressar à sua
terra”, informa o presidente da associação.
Neste ano e meio de existência, a ACIRMA já assinou protocolos com a Câmara Muni.18
üMOVIMENTO ASSOCIATIVO .19 üA BRINCAR TAMBÉM SE APRENDE
cipal e a Comoiprel, onde vários cidadãos romenos fizeram cursos de língua portuguesa
e informática, organizou, com o apoio daquelas instituições, duas excursões - uma à Festa
do Povos, em Santiago do Cacém, outra a Fátima -, promoveu a festa de Natal com
distribuição de brinquedos à crianças e obteve da Paróquia de Moura a cedência de uma
igreja para a celebração do culto cristão ortodoxo.
“Organizámos também um espectáculo com música romena, tivemos um pavilhão na
feira de Maio e já tivemos uma equipa de futebol que ficou em 4.º lugar no Torneio Agit,
que se realizou a nível nacional, e distribuímos roupa e comida que nos foram oferecidos
pela Associação de Mulheres “Moura Salúquia”, prossegue Danut Bojoaga.
Ambos consideram que a comunidade vive ainda dentro da sua própria cultura, talvez
porque são “ortodoxos, com tradições muito fortes, a nível da religião, da cultura e da
educação.” Entre os cerca de 100 elementos, a residir permanentemente no concelho de
Moura, a escolaridade varia entre o 10.º ano e o 12.º, e existe mesmo um engenheiro
agrícola e uma professora de línguas.
Afirmam que as pessoas vão continuar a vir para o trabalho sazonal, apesar de, nas vésperas
de entrarem para a Comunidade, ter havido uma rusga da GNR que apanhou mais
de 30 pessoas na apanha da azeitona. Esta actuação fez crescer o medo nos trabalhadores
e nos agricultores locais que se debatem com a falta de mão-de-obra.
O maior problema da associação é a falta de uma sede que sirva de elo de ligação entre
a comunidade e onde cada um possa entrar sem constrangimentos, para saber, na sua
própria língua, quais são os seus direitos e deveres e encontrar o apoio necessário para
ajudar a resolver os seus problemas. “Isso iria acelerar o trabalho da associação”, garante
Danut Bojoaga. E afirma, convicto:“Moura é uma cidade limpa de drogas, de prostituição
e tráfico humano porque nos temos autodefendido. A nossa associação também contribuiu
para diminuir a infraccionalidade dos imigrantes, na medida em que permitiu uma
maior união, tanto para isolarmos os nossos maus elementos, como para nos defendermos
dos patrões vigaristas.”
Como cidadãos europeus, afirmam estar interessados em participar na vida do concelho
que os acolheu e onde se sentem bem e dizem ser necessário que as “as associações de
imigrantes e outras se juntem, para combater as ideias racistas que estão a surgir em Portugal.
(publicado in Agenda Cultural e Desportiva nº28 Camera municipala de MOURA)